1 de dez. de 2006

Arcos D'Água


Seguiu-se a trilha da água sobre terra e sobre mar, porque o homem está em constante movimento sobre a escassa terra e o imenso mar. Por terra se vai da Europa à Ásia e à África, mas é por mar que se liga à América e Oceania.
Arcos D'Água saíu da América e dirigiu-se aos Açores, na confluência do Velho com o Novo Mundo. Juntou três Olhares, mostrou Ilusões e despertou inquietações. Pretendeu olhar artísticamente a água, a chuva e a vida. Pretendeu partilhar folhas de Ácer, solidões, correntezas, gotas, fogo e mar, raios de Sol, rios e riachos, quedas de água, barcos, amarras, pedras, sombras, portas e lagoas sob o tecto do Anticiclone dos Açores. Partilhou essencialmente a alma humana, fazendo dessa trilha experimental, um caminho mais seguro.
Rodopiou por duas ilhas: São Miguel e Terceira, mas aspira chegar às restantes sete do Arquipélago Açoriano, porque trilhar é isso mesmo, não conhecer limites ou fronteiras. Os trilhos não têm fronteiras porque são feitos de instintos e emoções.
É pelo trilho da água que circulará a seiva das plantas e o sangue dos animais. É também pelo trilho da água que se matará a sede ao mundo e se alimentarão as bocas famintas dos "Zés Ninguéns" de ninguém.
A Exposição fotográfica Arcos D'Água da autoria de Vasco Oswaldo Santos - Toronto - Canadá, de Maria Cristina Oliveira - Florianópolis- Santa Catarina - Brasil e de Maria de Deus Moreira - Ponta Delgada - Açores - Portugal foi o mote de discussões científicas em torno da problemática da água, da desertificação planetária e aproveitamento racional de recursos.
Durante os oito dias da Exposição discutiram-se as pontes entre a água e o conhecimento, num conjunto de vinte e quatro palestras e um Workshop proferidos maioritáriamente por professores da Universidade dos Açores, mas onde também participaram ou estiveram presentes professores da Universidade de Toronto, da Universidade do Algarve, da Universidade de Évora e da Universidade Nova de Lisboa.
Provou-se que a arte é capaz de envolver os cidadãos, tanto ou mais que as preocupações científicas e que olhares distintos, são apenas formas diferentes de perceber a realidade.
Esta actividade no âmbito do Projecto Tilhas&Terras=Homem em Movimento, contou com o apoio do Grupo Huahine - Florianópolis/Brasil; ADiáspora.com e M3Brand.com, de Toronto/Canadá; Teatro Micaelense - Centro de Congressos e Carlos Vierira & Filhos, de Ponta Delgada - Açores/Portugal; do Centro de Tecnologias Agrárias dos Açores, Direcção do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e da Direcção Regional de Ciência e Tecnologia, Açores/Portugal.
Arcos D'Água, continuará a rodopiar nos Açores, até chegar a todas as ilhas.
Félix Rodrigues

4 de set. de 2006

Anistia Internacional













Painéis da Anistia Internacional, feitos de material transparente, foram colocados em algumas cidades da Suíça e em outras cidades da Europa, criando uma interessante ilusão em que patologias sociais, tais como fome, guerra civil, tortura, entre outras, tão comuns em países do 3.° mundo - e nos de 1º também, direta ou indiretamente - foram adaptadas à paisagem local através de uma curiosa montagem fotográfica.

No topo, uma mensagem diz: "Isso pode até não acontecer aqui, mas está acontecendo agora.". Estão escritas em Francês, Alemão e Italiano.

Foram criadas pela agência suíça Walker, para a Anistia Internacional.
.

11 de ago. de 2006

Desertos e Desertificação II

E em meio a biopirataria...
.
Desflorestou!
Logo, matou.
E ficou, Só.
Ocupou!

.

Logo, alterou.
E ficou,Pobre.
Envenenou!
Logo, conspurcou.

.

E ficou,Estéril.
Pirateou!
Logo, usurpou.
E ficou,Esturpado
.
Félix Rodrigues
.


Clique na foto para ampliá-la


CIDADES = USINAS DO MOVIMENTO
Integridade?
.
Convergência dos movimentos
A cidade respira no recorte do corpo,
o limite do homem para fora do risco do olho
E a violência implode em desejos...
.
Íntegro o ser se recorta tateando
No limite – o sonho do completo
Na fragmentação das esquinas,
a densidade de nossas muitas histórias.
.

No espaço aberto das cidades
Homens convivem em combate
No útero onde crescem os sonhos
No vácuo onde cresce o caos.

.

E a dança da vida busca a integridade na dúvida

.

Homem, em busca total na Urbis, fatal!
Reino do movimento
Movimento dos corpos,
andança...

.
Contornos e percepções
Diálogo das compreensões
Violências e paixões,
Dança!

.

Cristina Oliveira

.

29 de jul. de 2006

Desertos e Desertificação

O Pantanal é a maior área alagada do mundo.
De um lado o desmatamento desmedido e criminoso e do outro, a invasão do plantio da soja e o mau uso das reservas naturais...






Desertos e Desertificação

O tempo mede-se pela capacidade de transformação da matéria. Se nada acontece paramos no tempo, se tudo se transforma, aceleramo-lo.
Década após década que a água da chuva vai talhando as veias que alimentam a Terra, e fá-lo, há milhares de anos.
Por centenas de anos que as árvores vão coleccionando aneis, e fazem-no, há milhões de anos.
O meio natural criou, ao longo da história do planeta, um fantástico romance que intitulou de Equilíbrio.
Cabe-nos gerir o tempo e a velocidade com que ele avança, cientes que, quanto mais rápido este decorrer, mais perto estaremos do fim de um ciclo ou do fim de uma grande unidade natural de tempo.
Cada ciclo termina quando outro se começa a instalar, e não será forçoso que o ciclo subsequente seja de prosperidade.
Quando ano após ano se dizimam milhões de coleccionadoras de aneis que modernamente poderíamos chamar de Senhoras dos Aneis, as veias ressentem-se e começam a secar ou então a transbordar como se de uma hemorrogia se tratasse. Aí, o solo fende-se ou encharca-se.
De um solo retalhado não sai alimento, nem água, nem vida nem tão pouco argumentos para uma nova economia. Um solo ressequido é, contraditóriamente, um pedaço congelado de tempo, porque não há nada para transformar.
A fome e a desertificação assinalarão para todo o sempre, num dado lugar, o fim do império das coleccionadoras de aneis.
Que desolador se poderá tornar golopar na crista das dunas de areia, e subjugar, como se de uma nova cruzada se tratasse, terras de leite e mel! Nessa cavalgada é impossível voltar atrás, mas é sempre possível parar, num dado momento, num dado local.
O tempo encarregar-se-á de eliminar, com as mesmas armas com que se amedrontam as coleccionadoras de aneis: os dizimadores de florestas, os intoxicadores de substratos e os incineradores de circos de vida. Os lucros e o respeito pelos constructores de macro e micro-economias, que tem por base ciclos de morte, serão efémeros, mas o holocausto que daí pode resultar não distinguirá nem raça nem credo, nem local nem classe social, e ficará registado, na imensa vulnerabilidade dos seres e das espécies.
Os desertos avançam nos cavalos alados da irresponsabilidade individual, social e planetária, empunhando ostensivamente a arma da desertificação, qual divindade formada do sono e da noite que vai redopiando no ar a sua foice.
Nem vale a pena contar: os seios incapazes de amamentar crianças da África Subsariana, os hectares de mata derrubados anualmente nas Rodônias deste mundo, as intoxicações por mercúrios que saiem das mãos pobres dos garimpeiros da Indonésia e Amazónia, as emissões de gases com efeito de estufa dos G7, os desvios dos rios do norte para cultivar laranjas nos desertos do sul da Península Ibérica e os lagos eutrofizados da América do Norte, para percebermos que os incontáveis números locais traduzem uma imprevisível agonia global.
Sobre o globo voará cada vez mais areia de desertos, dando a parecer que o vento está animado de um propósito próprio: o de querer entupir os narizes empertigados daqueles que pensam que o seu ar é único e exclusivo. O ar é o elo físico que une todos os povos do mundo e todas os seres da Terra.
Este tempo que se confunde com aquele outro, é de mudança, tendendo preocupantemente para a escrita de outro romance, com outras personagens que não as actuais, e também não será, a história dos filhos que hão-de vir.
Neste palco da vida não vale a pena vocifrar “cobras e lagartos” porque estes não tem culpa de lhes prepararmos os espaços predilectos.
E andamos nós por aí, não a dar de comer a quem tem fome, nem a dar de beber a quem tem sede, mas a produzir excessivamente para enterrar e a contaminar o líquido da vida em nome das endeusadas regras do mercado.
Precisamos colocar anúncios em todos os jornais pedindo por regras racionais, mas também do coração, capazes de combater atempadamente a desertificação, e por consequência, a fome dos nossos filhos e netos.
Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo
Açores - Portugal
.
Clique no link para assistir ao vídeo sobre a seca na maior área alagada do mundo, o Patanal, no Mato Grosso.
.
.
.
.

2 de jun. de 2006

Reis de Copa...

Existe um dito popular que diz: "onde há fumaça, há fogo"...

E um outro: "quem procura, acha"...

E ainda: "o pior cego, é aquele que não quer ver"...

E na competição das Estrelas não existe um ganhador, independente de recursos, riquezas, bandeiras, fronteiras, distâncias, culturas, idiomas, religiões, credos, cores... Nesse campeonato, somos todos perdedores...

E por vezes falar é diferente de pensar. E por vezes assistir é diferente de participar.

E quanto da nossa vida é igual ao futebol? Alguns jogam e os outros assistem.

Os que assistem são muito mais do que aqueles que jogam.

Por vezes as regras do jogo alteram-se e alguns ficam donos da bola.

O dono da bola quer sempre ganhar, e quando vê que o adversário vai marcar golo, ou quando o público começa a gritar golo, agarra a bola e diz que a bola é só dele.

A nossa equipa raramente ou nunca é responsavel por uma grande penalidade. Estas são sempre marcadas por árbitros que vêem mal. Os outros são sempre os errados vencedores.

Quanto de inhumano existe no hooliganismo, quanto de inhumano existe na demissão da cidadania global?


União Européia




USA

China

Colômbia

Angola

Burkina Faso


Somália

Brasil

"A Revista Grande Reportagem, é uma revista de Hard Journalism, tipo a Times.
A idéia era passar o conceito de que a Revista oferecia jornalismo profundo nos assuntos que de real importância no mundo atual.
Foi aí que chegamos no conceito Meet the World.
A partir daí começamos a pesquisar factos relevantes, globais e actuais"...

Para continuar a ler, visite o site abaixo

http://www.brazilianartists.net/home/flags/index2.htm

Clique aqui para ver mais uma bandeira...

http://www.barabanow.com/iraqfree.html

______________________________

Na Bandeira do Brasil, está faltando a faixa com as palavras Ordem e Progresso... Veio mesmo a calhar e ninguém garante que tais palavras não podem estar por aí nas malas, aquelas que sabemos, rodam impunimente...

Perdeu!

Cariocas que já foram assaltados relatam ter ouvido a palavra "perdeu" sempre que os meliantes se julgavam (e com razão) donos da situação. Ela significa, na linguagem do criminoso, que a vítima já não tem condições de reagir ao assalto e não resta senão render-se e entregar tudo o que tem nas mãos e nos bolsos.
É exatamente esta a sensação que tenho agora quando Lulla, lastreado nas pesquisas de intenção de voto que lhe asseguram eleição no primeiro turno, desafia a oposição a usar cenas da CPI na campanha presidencial. O que ele está dizendo é exatamente o que o assaltante carioca nos diz com o seu "perdeu".
E por que, afinal, esse Governo, com uma taxa de corrupção gigantesca e comprovada, ainda se arroga o desafio? É certo que sua afirmação corresponde a uma aprovação formal (já suspeitada) aos atos de Dirceu, Delúbio, Silvinho "Land Rover" e outros que, nos primórdios do mensalão, publicamente teria rotulado como traidores. Também é certo que nem mesmo a denúncia do Procurador Geral da República sobre os Quarenta Ladrões que se associaram ao "nosso" Ali Babá balançou o prestígio eleitoral de Lulla.
Creio que a aprovação de 63% dos eleitores ao modo de governar e roubar de Lulla e do PT é uma prova de nossa incompetência, da força do populismo assistencialista e da falta de coragem de homens públicos que não tiveram a ousadia de pelo menos tentar o impeachment do sindicalista-presidente. A menos que se prove o contrário, o que parece é que, além das naturais resistências dos "movimentos sociais" ao impeachment, os políticos de oposição tiveram medo de que, examinados seus patrimônios pessoais, estes se mostrassem incompatíveis com seus ganhos declarados.
Tenho que concordar com os assaltantes do Rio que, ao verem a vítima desprotegida, informam: "Perdeu!"

Texto "Perdeu", de Arthur Chagas Diniz*

E em tempo:

Lula Molusco, é um personagem de desenho animado...

E nós, brasileiros, somos todos patetas...

A bandeira de Portugal, perde-se numa simples estrelinha da Europa. Em Portugal parece só haver patriotismo no Fado, no Futebol e em Fátima.

O Português é capaz de chorar porque perdeu o campeonato, mas incapaz de chorar quando vai para o desemprego, incapaz de chorar quando lhe queimam as florestas do seu País.

Hasteiam-se bandeiras nas janelas nas competições de futebol, e crítica-se todo o ano o País.

O grande orgulho nacional terá que passar para além de termos portugueses que sabem pontapear e muito bem a bola, o grande orgulho nacional deveria surgir quando pelo menos 90% dos portugueses participam na escolha do seu governo, ou seja, quando a abstenção diminuísse para níveis dignos e aceitáveis.

Os portugueses ainda não perceberam que não são bons treinadores de bancada nem bons políticos no café.

Por Félix Rodrigues e Cristina Oliveira

____________________

Desambientado

Lâmina D'Água

18 de mai. de 2006

O MAR


Mar Brasileiro


Retrato de uma cidade


Tem nome de rio esta cidade
onde brincam os rios de esconder.
Cidade feita de montanha
em casamento indissolúvel
com o mar.
Aqui
amanhece como em qualquer parte do mundo
mas vibra o sentimento
de que as coisas se amaram durante a noite.
As coisas se amaram. E despertam
mais jovens, com apetite de viver
os jogos de luz na espuma,
o topázio do sol na folhagem,
a irisação da hora
na areia desdobrada até o limite do olhar.
Formas adolescentes ou maduras
recortam-se em escultura de água borrifada.
Um riso claro, que vem de antes da Grécia
(vem do instinto)
coroa a sarabanda a beira-mar.
Repara, repara neste corpo
que é flor no ato de florir
entre barraca e prancha de surf,
luxuosamente flor, gratuitamente flor
ofertada à vista de quem passa
no ato de ver e não colher.


Eis que um frenesi ganha este povo,
risca o asfalto da avenida, fere o ar.
O Rio toma forma de sambista.
É puro carnaval, loucura mansa,
a reboar no canto de mil bocas,
de dez mil, de trinta mil, de cem mil bocas,
no ritual de entrega a um deus amigo,
deus veloz que passa e deixa
rastro de música no espaço
para o resto do ano.
E não se esgota o impulso da cidade
na festa colorida. Outra festa se estende
por todo o corpo ardente dos subúrbios
até o mármore e o fumé
de sofisticados, burgueses
edifícios, uma paixão:


a bola
o drible
o chute
o gol


no estádio-templo que celebra
os nervosos ofícios anuais
do Campeonato.


Cristo, uma estátua? Uma presença,
do alto, não dos astros,
mas do Corcovado, bem mais perto
da humana contingência,
preside ao viver geral, sem muito esforço,
pois é lei carioca
(ou destino carioca, tanto faz)
misturar tristeza, amor e som,
trabalho, piada, loteria
na mesma concha do momento
que é preciso lamber até a última
gota de mel e nervos, plenamente.
A sensualidade esvoaçante
em caminhos de sombra e ao dia claro
de colinas e angras,
no ar tropical infunde a essência
de redondas volúpias repartidas.
Em torno de mulher
o sistema de gesto e de vozes
vai-se tecendo. E vai-se definindo
a alma do Rio: vê mulher em tudo.
Na curva dos jardins, no talhe esbelto
do coqueiro, na torre circular,
no perfil do morto e no fluir da água,
mulher mulher mulher mulher mulher.


Cada cidade tem sua linguagem
nas dobras da linguagem transparente.
Pula
do cofre da gíria uma riqueza,
do Rio apenas, de mais nenhum Brasil.
Diamantes-minuto, palavras
cintilam por toda parte, num relâmpago,
e se apagam. Morre na rua a ondulação
do signo irônico.
Já outros vêm saltando em profusão.
Este Rio...
Este fingir que nada é sério, nada, nada,
e no fundo guardar o religioso
terror, sacro fervor
que vai de Ogum e Iemanjá ao Menino Jesus de Praga,
e no altar barroco ou no terreiro
consagra a mesma vela acesa,
a mesma rosa branca, a mesma palma
à Divindade longe.
Este Rio peralta!
Rio dengoso, erótico, fraterno,
aberto ao mundo, laranja
de cinqüenta sabores diferentes
(alguns amargos, por que não?),
laranja toda em chama, sumarenta
de amor.
Repara, repara nas nuvens; vão desatando
bandeiras de púrpura e violeta
sobre os montes e o mar.
Anoitece no Rio. A noite é luz sonhando.

Carlos Drummond de Andrade
Mar Ilhéu Brasileiro
O Mar
Que nostalgia vem das tuas vagas,
Ó velho mar, ó lutador oceano!
Tu de saudades íntimas alagas
O mais profundo coração humano.
.
Sim! Do teu choro enorme e soberano,
Do teu gemer nas desoladas plagas,
Sai o quer que é, rude sultão ufano,
Que abre nos peitos verdadeiras chagas.
.
Ó mar! ó mar! embora esse eletrismo,
Tu tens em ti o gérmen do lirismo,
És um poeta lírico demais.
.
E eu para rir com bom humor das tuas
Nevroses colossais, bastam-me as luas
Quando fazem luzir os seus metais.

Cruz e Souza

João da Cruz e Sousa (1861 - 1898), filho de escravos alforriados, nasceu em Desterro, atual Florianópolis.

Mar Português

Foto extraída de Trekearth

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

.

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa

Mar ilhéu

O Mar Salgado de Pessoa,
Que em Portugal se entoa,
Chora as noivas por casar,
e a dor que nos dá o mar.

Neste canto do “Mar Salgado”
Onde Neptuno repousa,
O mar deixa fechado,
O caminho a quem ousa,
A não assentar a quilha,
Ou avançar pr’ além da ilha.

.... E a minha ilha é um castelo,
Belo, símplice, singelo,
E o mar o meu carcereiro,
Ora brando, ora grosseiro.

Félix Rodrigues

O mar à volta do Jardim do Atlântico

Gosto deste mar! Onde outrora,
Saíram nossos pares,
Com temperaturas amenas
Sempre a nos afagar!

Neste caso o “Galo-Mar”,
Situa-se no Caniço e a leste do Funchal,
Onde a colónia Alemã veio cá para morar!

Nem precisas te cansar...
O elevador está lá
E leva-te até ao mar!

No outro lado oposto da Ilha da Madeira
Como vês, tem piscina natural!
Do Porto Moniz falamos afinal,
Ao fundo, o mar que nos leva à ilha do Porto Santo.

O chamado mar da “travessa”
Que liga a Madeira à Ilha dilecta
Tudo nesta piscina a natureza criou
Na ponta da Ilha a Oeste ficou!


Porto Santo

soslayo